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Comer transtornado: quando a relação com a comida pede atenção

  • Marise Berg
  • há 5 dias
  • 3 min de leitura

🌀 Nem sempre é transtorno alimentar, mas sempre é um sinal de aflição/sofrimento.



Comer em boa companhia é parte essencial de uma alimentação saudável
Comer em boa companhia é parte essencial de uma alimentação saudável

Comer emocional é mais comum do que parece — quase todas(os), em algum momento da vida, vamos associar comida a memórias, afetos e emoções.


✨ “Aquele bolinho de laranja com café tem gosto de vó!”

✨ “Esse doce de coco tem sabor de festa de família.”



Essas experiências são naturais e fazem parte do que a comida representa: acolhimento, pertencimento, identidade.

Mas quando a alimentação se torna a única forma de lidar com as emoções — e passa a ser usada como anestesia, distração, compensação ou punição — é importante acender um sinal de atenção.


Nem todo comportamento alimentar disfuncional é um transtorno alimentar diagnosticado. Ainda assim, muitos hábitos que parecem “normais” no dia a dia — como pular refeições, comer escondido ou viver em eterna compensação — podem sinalizar que há algo precisando de escuta e cuidado.


A isso chamamos de comer transtornado: um conjunto de comportamentos que revelam desconexão com os sinais do corpo e um excesso de interferência emocional, social ou mental na alimentação.


🔎 Exemplos de comportamentos alimentares de risco:

  • Comer com culpa, vergonha ou escondida(o) de outras pessoas

  • Sentir que está sempre “na dieta” ou que nunca pode relaxar

  • Comer para lidar com emoções como estresse, tédio ou solidão

  • Ignorar a fome para “merecer comer” ou compensar exageros

  • Sentir necessidade de “limpar o corpo” com laxantes, jejum ou chás

  • Avaliar o valor pessoal a partir do corpo ou da balança

  • Comer sem presença, de forma automática e desatenta

  • Estar presa(o) a um ideal de corpo inatingível

  • Viver em um ciclo de restrição e compulsão

  • Usar a comida como anestésico para não sentir


Essas práticas não são, necessariamente, um transtorno alimentar — mas podem ser portas de entrada para quadros mais graves, além de gerarem desgaste emocional, baixa autoestima e sofrimento psíquico.


🌿 Preocupação saudável x preocupação excessiva


Uma preocupação saudável com o corpo e a saúde nasce do autocuidado, da escuta dos sinais internos e do desejo por vitalidade e prazer.

Ela é motivada por curiosidade, equilíbrio e consciência, e favorece uma conexão mais íntima com a vida e com o próprio corpo.


Já a preocupação excessiva tende a dominar os pensamentos, gerar ansiedade e culpa, e provocar comportamentos rígidos que interferem negativamente na qualidade de vida e nos vínculos afetivos.


É movida pelo medo, pela busca por controle, pela comparação constante e pela autocrítica. Em vez de aproximar, ela nos afasta do corpo real, presente e vivo — aprisionando em um ideal rígido, inatingível.


🧘‍♀️ Mindfulness: uma ponte entre nutrição e psicologia


Diante desses comportamentos, a abordagem do mindfulness (a capacidade de manter a atenção plena contínua e voluntariamente ) tem se mostrado um caminho compassivo e eficaz para restaurar a relação com a comida.


Ela nos convida a:


  • Observar os gatilhos do comer emocional, sem julgamentos


  • Cultivar presença e consciência ao comer


  • Acolher e manejar emoções aflitivas sem precisar silenciá-las com comida


  • Desconstruir padrões de autocrítica e controle


  • Resgatar o prazer de se alimentar com liberdade e autonomia


A prática do mindful eating, quando integrada à nutrição, cria uma ponte preciosa com a psicologia, acolhendo o ser humano em sua totalidade: corpo, mente, história e emoções.


Seu corpo não precisa ser consertado. Sua relação com a comida precisa ser ouvida.


Que possamos cultivar, juntes, uma alimentação que nutre — e não que aprisiona. E, se esse caminho ressoa em você, que tal aprofundar esse conhecimento e desenvolver uma relação mais consciente com sua alimentação?



Nas consultas de mindfulness e nutrição, trabalhamos juntos para desenvolver estratégias personalizadas que integram consciência corporal, nutrição ayurvédica e práticas contemplativas para uma relação mais saudável e prazerosa com a alimentação.


Se você conhece alguém que possa se beneficiar deste artigo, compartilhe! 🙏🏻 Isso nos ajuda a espalhar conhecimento e a criar uma rede de apoio para quem busca transformação através do mindfulness e do Ayurveda🌱✨

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