Fome real ou fome emocional? Como diferenciar e transformar sua relação com a comida
- Marise Berg
- há 2 dias
- 3 min de leitura

Você já se pegou comendo sem realmente sentir fome? Ou talvez tenha sentido um desejo súbito por um docinho, mesmo após uma refeição completa? Essas experiências revelam a complexa relação entre nossa alimentação e nossas emoções.
A importância de saber diferenciar
Distinguir entre fome física e emocional é fundamental para desenvolver uma relação mais saudável com a comida e nutrir o corpo adequadamente, respondendo às suas reais necessidades, sem excessos e nem deficiências.
A fome real é um sinal fisiológico de sobrevivência, um instinto de preservação da vida. Funciona exatamente como o marcador de combustível do carro – quando o tanque está esvaziando, acende a luz amarela. Já a fome emocional é uma resposta física a aflições ou euforias emocionais que usam a comida como alternativa de alívio temporário.
Fome real: sinais do corpo
A fome real é uma resposta fisiológica do nosso corpo à necessidade de nutrientes. Ela se manifesta através de sinais claros:
Características principais:
• Cresce gradualmente ao longo do tempo
• É urgente, qualquer alimento nutritivo serve
• Saciável com a comida
• Segue o ritmo das refeições (3 a 5 horas)
• Sente-se no estômago: desconforto, ronco, sensação de vazio
• Causa alterações do humor, irritação
• Pode causar tontura, fraqueza ou dor de cabeça
Na perspectiva ayurvédica, a fome real está relacionada ao agni (fogo digestivo) saudável, surgindo quando o alimento anterior foi completamente digerido, mas transcende este processo ao estabelecer uma profunda conexão com o prāṇa, nossa energia vital e inteligente. Quando estamos em harmonia, o prāṇa flui livremente, comunicando com precisão as necessidades nutricionais do corpo e ativando o agni no momento adequado. Esta dança sutil entre agni e prāṇa influencia diretamente como gerenciamos nossos estoques de energia – quando desequilibrados, podemos interpretar erroneamente sinais energéticos como fome física, buscando no alimento uma satisfação que, na verdade, necessita de outras formas de nutrição vital.
Fome emocional: sinais da mente
A fome emocional não está relacionada à necessidade nutricional do corpo, mas sim a estados emocionais e psicológicos:
Características principais:
• Impulsiva ou urgente
• Desejo por alimentos específicos, geralmente gostosos e em grande quantidade
• Pode ocorrer em horários específicos (ex: sempre às 18h)
• É seletiva, com desejo por alimentos específicos
• Pode ser aliviada com distração
• Pode ocorrer logo após uma refeição
• Deixa sensação de insatisfação após comer
• Causa culpa
Durante a alimentação emocional, frequentemente ativamos o sistema nervoso simpático (luta, fuga ou congelamento), prejudicando a digestão pela falta de atenção plena e excesso de tensão.
3 práticas simples para diferenciar
1. Pausa consciente (1 minuto)
Antes de comer, faça uma pausa breve para verificar:
• As sensações físicas presentes no seu corpo
• Seu estado emocional atual
• Sua motivação real para comer naquele momento
2. Teste da maçã
Se a ideia de comer uma maçã (ou outro alimento nutritivo simples, como feijão) parece satisfatória, provavelmente é fome física. Se apenas alimentos específicos e palatáveis como pão de queijo ou sorvete parecem atraentes, pode ser fome emocional.
3. Respiração consciente
Antes de comer, pratique 3-5 respirações profundas para acalmar o sistema nervoso e criar espaço para uma escolha consciente.
Não se trata de julgar ou "curar" a fome emocional, mas de reconhecê-la, ouvir o que ela tem a nos dizer e responder de forma consciente e compassiva.
Transformando sua relação com a alimentação
A prática regular de mindfulness e a abordagem ayurvédica podem transformar profundamente nossa relação com a comida:
• Coma sem distrações (TV, celular, computador)
• Observe cores, texturas, aromas e sabores dos alimentos
• Mastigue lentamente, saboreando cada mordida
• Treine a percepção do momento em que se sente satisfeito
• Fazer um agradecimento, na forma em que fizer sentido para a sua crença, pelo alimento disponível
• Tenha consciência de que, o que alimenta o corpo, também alimenta a mente
Quer aprofundar esse conhecimento e desenvolver uma relação mais consciente com sua alimentação?
Nas consultas de mindfulness e nutrição, trabalhamos juntos para desenvolver estratégias personalizadas que integram consciência corporal, nutrição ayurvédica e práticas contemplativas para uma relação mais saudável e prazerosa com a alimentação.
Se você conhece alguém que possa se beneficiar deste artigo, compartilhe este post! 🙏🏻 Isso nos ajuda a espalhar conhecimento e a criar uma rede de apoio para quem busca transformação através do ayurveda e da nutrição plant-based. Vamos juntos nesse caminho de bem-estar! 🌱✨
Comments